É preciso falar das práticas genocidas e desenvolver políticas de reparação. Mas também é preciso garantir o essencial para que os povos indígenas possam florescer. Os discursos de desprezo vieram para ficar.
Os povos da Amazônia brasileira perderam a tranquilidade que a floresta lhes oferecia. A mineração ilegal do ouro afeta sua vida e bem-estar. Lula prometeu que o garimpo não existiria mais, mas o passado continua.
Com a chegada da hidrelétrica, esse povo do Nordeste brasileiro que habitava o rio Ópera foi deslocado à força para um território sem rio. O autor se pergunta qual é a compensação por ter tirado uma parte importante de suas vidas.
Para resistir ao "desenvolvimento", os últimos integrantes de estes povos tiveram que estabelecer relações interétnicas. Os akuntsú contribuíram com seu conhecimento na agricultura silvestre e os Kanoé como suas habilidades para caça.
O plano de extermínio foi reconfigurado várias vezes para se adaptar aos diferentes contextos do país. Na história recente, as políticas de Bolsonaro e a pandemia colocaram mais uma vez a necessidade de descolonizar o crime de genocídio.
Uma nova decisão judicial reduziu seu território e obrigou os sobreviventes Ãwa a viver em áreas inundáveis e sem acesso ao Rio Javaés. O conflito adquire maior complexidade por um assentamento de famílias campesinas criado nos ‘90.
Esese era criança quando sua família foi capturada nos anos 1960. Hoje, ela é a última sobrevivente do povo Karara. Seu destino esteve marcado pela exploração de látex, a caça ilegal, a mineração de ferro, as hidrelétricas no rio Jatapu e a malária.
A Argentina possui uma das mais importantes e sensíveis coleções da América Latina. A maior parte dos restos mortais encontrados em museus provém de Tehuelches e Mapuches, vítimas da chamada “Conquista do Deserto”.
Depois da anexação das ilhas Ryukyu em 1879, os antropólogos japoneses profanaram tumbas e roubaram restos humanos da população. O roubo tem prejudicado as práticas funerárias, o mundo espiritual e a dignidade dos povos.
Entre os séculos XVIII e XIX, viajantes e soldados que chegaram às costas de este país profanaram locais sagrados e roubaram uma grande quantidade de restos humanos. Até agora, mais de 700 ancestrais foram devolvidos.
Após o assassinato de sua família, Kryýgi foi enviada como empregada doméstica á Argentina desde Paraguai. Quando ela morreu, seu corpo foi abusado pela ciência, mas os aché conseguiu restaurá-lo do Museu de La Plata e de uma universidade alemã.
O projeto financiado pelo Fundo Verde para o Clima poderia expor a população indígena a altos níveis de violência, deslocados de suas terras e incentivar a destruição do clima. Os países que têm representação devem deter esse projeto.
O povo amazônico se vê afetado pela expansão da fronteira petrolífera, pela monocultura da palma africana, pela invasão de colonos, pelos deslocamentos forçados e pela contaminação de suas fontes de alimentação.
O governo implementa políticas de assimilação, não realiza consultas prévias nem respeita os territórios. Além disso, o estado de sítio é um método recorrente para reprimir os protestos e o “pacto de corruptos” avança na impunidade.
Em 1990, indígenas das Terra Baixas protagonizaram a Marcha por Território e Dignidade para reivindicar seus direitos à terra e ao território. Após 12 anos de burocracia, o TIM está a poucos passos do estabelecimento formal de seu governo autônomo.